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domingo, 6 de maio de 2012

Clássicos Nacionais - Renault Dauphine

Bom dia amigos e Colecionadores,


Chegamos ao décimo-segundo e último modelo lançado pelo Jornal Extra, na primeira edição da Coleção Clássicos Nacionais. A partir do próximo post, falaremos da Nova Coleção de clássicos do automobilismo nacional, lançada pela Editora Altaya. Espero que estejam gostando.


Um abraço e boa semana.



Foi uma produção digna dos shows apresentados nas boates cariocas da época. Em março de 1959, um espetáculo marcou o anúncio da produção do Renault Dauphine pela Willys Overland do Brasil, fabricado sob licença da francesa Régie Nationale des Usines Renault. Na ocasião, três carros foram içados até o quinto andar do edifício Maison de France, no centro do Rio de Janeiro, e vedetes foram escaladas para deleite de uma seleta platéia. Uma grande festa para o pequeno carro que seria lançado por aqui oito meses depois.

Batizado de projeto R-109, o Dauphine começou a ser concebido na França, em 1951, para ser um carro de baixo preço e econômico, além de confortável, rápido e seguro. Uma baita expectativa nas costas do carrinho de 31 cavalos que se apresentou ao público em 1956, saído da linha de montagem localizada em Flins, no vale do Siena.

O Dauphine, com sua estrutura monobloco, ficava entre o 4c - o Renault mais popular - e o Fregate, o maior e mais luxuoso modelo da marca. Com quatro portas e linhas suaves e arredondadas, apresentava um harmonioso equilíbrio nas proporções. Na dianteira, a moldura central do pára-choque, por onde passa o estepe - que fica guardado sob o porta-malas - disfarça a ausência da grade, dispensada pela localização traseira do motor.


O grande volante cresce ainda mais quando se tem uma visão geral do interior do carro. No entanto, o diâmetro de giro é pequeno (pouco mais de 10 metros), o que facilita as manobras. Na coluna de direção ficam quase todos os comandos, por alavancas, com exceção do interruptor do limpador de pára-brisa, uma chave simples do tipo liga-desliga. Faróis e a buzina - que tem opções para cidade e estrada - são acionados pela mesma alavanca. O conjunto dos instrumentos é composto de velocímetro com escala semicircular de 10 a 130 km/h e que moldura as luzes-espia do dínamo e pressão do óleo, além do marcador de temperatura e nível de combustível.
Os bancos, de fina espessura, até que acomodam bem o corpo, como se pôde comprovar durante a avaliação deste saudável modelo 1962. Os pedais, próximos e pequenos, dão a impressão de se estar num carro de brinquedo. A alavanca de câmbio está posicionada perto do volante e proporciona engates de marcha suaves e precisos. Apenas a passagem da primeira para a segunda (a caixa tem apenas três marchas) tem percurso demasiado longo. Para compensar essa travessia, é recomendável exercer mais pressão sobre o acelerador, ignorando o ronco do motor Ventoux de 845 cm3 refrigerado a água que ecoa forte na cabine. Outro mandamento é embalar o carro para que ele possa manter a segunda nas subidas. Um titubeio e lá estará ele implorando por uma primeira, que não é sincronizada e só entra com o carro parado.
Os esquálidos 31 cavalos têm claros limites para tracionar os 660 quilos do carro. Isso pode ser comprovado pelos modestos números obtidos no teste publicado na edição de outubro de 1961. Para sair da imobilidade e atingir os 100 km/h era preciso dispor de muita calma e 48 segundos. E a velocidade máxima ficou em 116,5 km/h. A contrapartida era um consumo irrisório para aqueles tempos: uma média de 15,1 km/l.


O Dauphine era enxuto em relação a equipamentos. Nem retrovisor externo era de série. No entanto, apesar do sistema elétrico de 6 volts, tinha eficientes faróis sealed beam e carburador Solex dotado de um prático afogador automático. Seu preço era praticamente o mesmo do Sedan VW.
Segundo o proprietário deste Dauphine, que prefere não se identificar, parte da má fama da suspensão se deve à displicência dos motoristas, que não observavam a pressão correta dos pneus, 13 psi na frente e 19 na traseira. E ele parece ter legitimidade para fazer tal afirmação: seu carro, com 43 anos de idade, roda com suavidade e sem barulhos de suspensão ou carroceria. Mesmo no calçamento irregular, além do significativo ruído do motor, o que se ouve são apenas rangidos provenientes dos revestimentos plásticos das portas.
O Dauphine foi comercializado até 1965. Conviveu por três anos com o Gordini, irmão mais potente (40 cavalos) e ligeiramente mais bem acabado, que sobreviveria por ainda mais três anos depois da aposentadoria do seu precursor.



Fonte: Revista 4 Rodas

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